quinta-feira, 23 de abril de 2015

Da Tendência ao Comportamento



A Moda Sustentável Voa Alto.


moda-sustentavel.jpg

A marca inglesa People Tree é a queridinha entre celebridades e pioneira no comércio justo - um exemplo de empresa de moda verde / Fotos: Divulgação

Enfim, a moda sustentável alçou vôo no século 21 e passou de uma simples tendência para um comportamento. Deixando o básico de lado para buscar destaque em vitrines e passarelas de todo o mundo, a moda responsável encontrou espaço entre os estilistas e hoje é um rentável ponto de encontro entre as grandes marcas e a elegante consciência verde.
"Indústria" da moda sustentável
Indo além dos tecidos “inteligentes” (menos agressivos ao meio ambiente), promovendo o comércio justo e com responsabilidade social atrelada à produção, a moda sustentável abraçou o ideal de equilíbrio entre natureza, economia e sociedade para alcançar o novo consumidor, mais exigente e preocupado com as pegadas que deixa sobre o planeta.
Incorporando às criações de vestuário valores como consumo consciente e personalidade, a moda engajada ganhou poderosos defensores em todo o mundo, que vão desde as cooperativas de moda artesanal ao mais alto público da moda de luxo. A editora da revista Vogue, Anna Wintor, uma das primeiras a citar em um editorial o tema moda atrelado à ecologia, deixou o recado: “fashion não é sobre olhar para trás, é sobre olhar para frente”.

stella-moda.jpg

A fusão entre uma grande marca e uma estilista preocupada com a sua pegada ecológica só poderia resultar em um produto viável, rentável e responsável - este foi o caso da parceria entre Stella McCartney e a gigante Adidas

E foi percebendo que o "verde é o novo pretinho básico" que produtores e consumidores transformaram o conceito em sinônimo de glamour, originalidade e responsabilidade, e deram início a criação de uma nova cadeia de produção de moda, voltada, justamente, para o olhar “a frente”.
Entre os nomes que têm despontado na nova vertente da indústria fashion, um dos mais influentes é o da estilista inglesa Stella McCartney. Com suas roupas sofisticadas - objetos de desejo de mulheres em todo o mundo – a filha do músico Paul McCartney é prova de que é possível unir elegância, responsabilidade e rentabilidade em uma mesma peça.
Entre as suas positivas transformações na moda mundial, Stella apresentou coleções luxuosas sem o uso de couro de vaca e peles de animais, criou uma linha exclusiva para a Adidas produzida com tecidos de PET reciclado e algodão orgânico, e desenvolveu uma linha de lingerie feita somente com a fibra natural. E mesmo com as suas lojas abastecidas por energia eólica e utilizando sacolas de papel reciclado ou feitas de milho biodegradável para entregas, o novo símbolo do movimento eco fashion assume não ser totalmente sustentável e defende que “alguma coisa é melhor do que nada”. “Nós temos que pensar e agir responsavelmente”, afirma Stella.

Uma questão de consciência, mas também de estilo

bolsas-moda.jpg

A bolsa de algodão da designer Anya Hindmarch que trazia a frase 'I'm not a plastic bag' ('Eu não sou de plástico') causou frisson no mundo da moda e virou sinônimo de consciência e estilo em todo o mundo

Quem adota uma postura semelhante é a estilista Vivienne Westwood. Famosa por vestir ícones da moda, como a personagem Carrie Bradshaw, no filme Sex and the City, Vivienne desenvolveu um manifesto em prol do consumo com qualidade e não com quantidade. “Temos que comprar menos e escolher melhor”, defende. 
“A moda vai e vem muito rápido. Gostaria de não ter que produzir tantas coleções. Gostaria de fazer menos e cada vez melhor”, completa a estilista, apoiada por antigos “conselhos” da lendária Coco Chanel, que não se conformava com as mulheres que dispensavam um guarda-roupa inteiro a cada estação. “A atitude denota muito dinheiro, mas pouco estilo”, dizia Chanel.
E mais indícios de que a moda sustentável veio para ficar surgem a todo o momento. Grandes grifes como Armani e Levis já se renderam à causa e lançaram linhas especiais de roupas com algodão orgânico. A gigante Cartier, que lidera um programa mundial de certificação na exploração de pedras preciosas, e a “bonequinha” da moda Tiffany & Co, que abriu mão dos corais naturais na fabricação das suas joias, também são exemplos de que o conceito já faz parte do comportamento da moda mundial.

Estilistas brasileiros na vanguarda
roupas-moda.jpg

Sapatos, acessórios, vestidos e peças intímas: tudo ganhou sua respectiva versão "sustentável" para chegar ao público "sustentável"

Aqui no Brasil, o pioneirismo fica por dos estilistas, que trabalham defendendo conceitos como a reutilização de tecidos, a redução de resíduos e a reciclagem do que parecia perdido para o mundo fashion. Nomes como Geová Rorigues, Priscila Gomide e Carollina França caminham a passos largos na representatividade brasileira dentro do cenário dos estilistas susntentáveis.
Entre as grifes nacionais, pequenas marcas, que utilizam materiais alternativos menos agressivos e valorizam as pequenas comunidades que participam da cadeia produtiva, também ganharam força e hoje se transformaram em grandes nomes do mercado da moda, sempre ligados aos conceitos sustentáveis.
É o caso da grife brasileira Osklen, que utiliza mais de 20 tipos de materiais de origem reciclada, orgânica, natural e artesanal em suas roupas, como fibras de PET, bambu e cânhamo. A empresa ainda trabalha com produtos de comunidades e cooperativas, ajudando no desenvolvimento sócio-econômico dos grupos envolvidos ao longo da cadeia de produção, como a juta de Castanhal, no Pará, que produz os acessórios da coleção da grife.

tecidos-moda.jpg

Em destaque, o tecido de paetês da Osklen, feito com látex sustentável, extraído responsavelmente e em parceria com comunidades de borracheiros

Outra marca bem sucedida é a Éden Organic Style. Localizada no bairro de Vila Madalena, a marca paulista possui fornecedores próprios de algodão orgânico, todos certificados pelo Instituto Biodinâmico (IBD), e utiliza produtos químicos alternativos, como açúcar invertido e corantes naturais, para garantir que a textura, lavagem e cores das peças (inclusive de calças jeans) fiquem bonitas de maneira responsável.

Tribos Urbanas


O que são??

  As Tribos Urbanas chamadas pelos sociólogos de “subculturas” ou “sub-sociedades” são grupos formados nas cidades, mais comumente nas metrópoles, os quais compartilham hábitos, valores culturais, estilos musicais e/ou ideologias políticas semelhantes. A expressão “tribo urbana” foi criada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, em 1985.
  No geral, esse fenômeno surge da necessidade dos jovens de se agruparem, pertencerem a um grupo e criarem uma identidade. Assim, conclui-se que as tribos urbanas caracterizam um fenômeno juvenil dos grandes centros, as quais se multiplicaram nas últimas décadas.
  Dessa forma, cada grupo possui uma estrutura interna própria, desenvolvendo sua “subcultura social urbana” desde hábitos, condutas, pensamentos, filosofia, vocabulário, preferências musicais, políticas, religiosas, maneira de se vestir, dentre outros.


   Estamos acostumados a ver jovens ou até mesmo um grupo por inteiro, sofrer preconceito por parte de outras pessoas. Preconceito nesses casos nem sempre é uma boa definição, apesar de a expressão ser bastante cabível em alguns aspectos, mas está relacionado de certa forma por haver conflitos culturais entre certos grupos.
  Existem muitas tribos urbanas que todos nós conhecemos e não posso deixar de citar. Em algumas delas até fazemos parte: Punks, SkinheadsGóticos, Emos, Nerds, Drag Queens, Headbangers, etc.

  • PUNKS: A partir do fim da década de 1970 o conceito de cultura punk adquiriu novo sentido com a expressão Movimento Punk, que passou a ser usada para definir sua transformação em tribo urbana, substituindo uma concepção abrangente e pouco definida da atitude individual e fundamentalmente cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura supostos comum a todos membros do movimento punk ou da ramificação/sub-movimento a que ele pertence. Como a maior parte dos movimentos populares, o movimento punk tem quase tantas nuances quanto o número de adeptos, mas sustentam valores como anti-machismo, anti-homofobia, anti-fascismo, anti-lideranças, liberdade individual, etc.
 


  • SKINHEADS: Mais conhecidos como a "invasão pós-punk", são bastante distintos visualmente, pois há diversos subgrupos dentro dessa tribo urbana, mas todos são caracterizados pela personalidade agressiva, rude, anti-social representada pelos atos, estilos de vida, lugares que frequentam entre outros aspectos. Todos os "skinheaders" (assim denominados os indivíduos desta tribo) são de caráter racista, possuem tendências nazistas e grande parte homofóbicos. Por serem violentos, atacam grupos menores, espancando-os. Assim surgiu a denominação "gangues" para grupos que organizam ataques violentos.

  • GÓTICOS: A cultura gótica teve início no Reino Unido durante o final dos anos 1970 e início dos anos 1980. São grandes pessimistas de natureza, porém muito românticos, eles tem a capacidade de ver a tristeza e a depressão como uma coisa “boa”, o que para muitos é uma coisa ruim para eles passam ser fundamental. Tendo forte influencia do gênero pós-punk, ficou conhecida como "Dark" no Brasil nos anos 1980. É uma cultura contemporânea presente em muitos países. A subcultura gótica tem um estilo de vida influenciado de outras tribos, estando a ela associados, principalmente, os gostos musicais dos anos 1980 até o presente, um estilo musical voltado para temas como o niilismo, o hedonismo e o lado sombrio ("as trevas").

  • EMOS: Franja, piercings e tênis coloridos são alguns elementos da estética emo. Além disso, a tribo dos emos possui raízes musicais no emocore, gênero que mistura som pesado e letras românticas. Originalmente, surgiram na década de 1980, nos Estados Unidos, tendo em suas raízes um gosto pelo rock e pelo punk, mas mais precisamente pelo chamado emocore, um gênero de música que mistura hardcore (de tom mais agressivo) com letras românticas e falando sobre desilusões amorosas.

  • NERDS: Quem nunca viu pessoas caladinhas com visual extremamente "brega", com livro na mão, usando óculos que mais parecem os tais "fundos de garrafa", geralmente com aparelho nos dentes, cabelo lisinho à estilo "lambida de vaca"? Todos, não é mesmo? Pois é, estes são os nerds. Embora seja uma tribo urbana, geralmente vimos os nerds sozinhos e não em grupos, não que eles não tenham amigos e que não possam andar nos grupos, mas é uma preferência. São pessoas muito estudiosas, gostam de tecnologia, séries de ficção científica, gibis como o mangá, etc. Em grande parte, coisas que são ignoradas pelas outras pessoas.

  • DRAG QUEENS: As drag queens, tipo considerado o mais exótico, são na verdade homens vestidos de mulher. Muitas vezes são vítimas de homofobia pela sua aparência de transexualidade, embora não sejam todos homossexuais, podem ser bissexuais, panssexuais, assexuais ou até mesmo heterossexuais. Duas diferenças básicas as distinguem dos travestis: não se prostituem nem modelam seus corpos com silicone ou hormônios (geralmente usam os "enchimentos" para ter a impressão de que possuem seios). Ser drag significa dar vida a um personagem. Eles se preocupam com a moda, possuem uma linguagem específica e brincalhona, são irreverentes e apreciam os gêneros musicais contemporâneos.

  • HEADBANGERSHeadbanger ou Metalhead é o um termo utilizado para designar um fã do estilo musical Heavy Metal ou qualquer uma das suas variantes (Black MetalDeath MetalThrash MetalMetalcore, entre outros). Também são designados metaleiros, termo que se refere especificamente à mesma tribo urbana. O estilo de música é o principal fator na cultura metaleira. Surgido no fim da década de 1960 e início da década de 1970, o Heavy Metal tornou-se o estilo de música mais conhecido mundialmente durante a mesma época, após isso veio o Pop. As bandas que "criaram" e popularizaram o estilo são: Led Zeppelin, Judas Priest, Deep Purple, Black Sabbath, entre outras, sendo essa última a principal de todas. Os estilos são bastante diversificados, pois há muitos subgêneros dentro do Heavy Metal, mas os mais vistos em público desde os primórdios são compostos de casacos de couro, camisetas pretas de bandas ou não, calças justas podendo ser rasgadas, acessórios pesados como braceletes, correntes; muitos metaleiros aderem ao cabelo comprido, etc.
 
 
 
  • MODS: O símbolo usado pelo movimento Mod é originário da pop art, e foi baseado no símbolo usado nos aviões da RAF durante a Segunda Guerra Mundial; supõe-se que tenha sido uma evolução da t-shirt com um alvo estampado usada por Keith Moon, pois esta foi sua primeira conexão conhecida com os Mods. Utilizavam tipicamente scooters como meio de transporte, normalmente das marcas Lambretta ou Vespa. Depois que uma lei exigindo a instalação de pelo menos um espelho em motocicletas ser aprovada, os Mods adicionaram 4, 10, 32 espelhos às suas scooters como forma de gozar com a nova lei. A sua vida social urbana era impulsionada, em parte, por anfetaminas.

 
 
  • FLOGGERS: Os Floggers socializam grande parte do tempo através da internet, comentando os perfis uns dos outros no fotolog. Quantas mais forem as visitas às suas páginas e quantos mais “posts” acumularem, maior a popularidade que vão adquirindo dentro da comunidade. O gosto por todas as comunidades virtuais, onde se podem colocar fotografias, é explorado até ao limite. Os Floggers têm um gosto musical muito variado que vai desde o Hip-Hop, Punk, passando pelo Reggeaton, Pop e música electrónica. O seu interesse político é nulo, não têm como hábito lerem jornais ou revistas diárias e só em algumas ocasiões assistem ao telejornal. Os catálogos de moda são os seus livros de cabeceira. A roupa e o cuidado com o cabelo são o mais importante para esta tribo. Geralmente vestem calças de ganga skinny de cor florescente, t-shirts oversized , bandoletes coloridas, lantejoulas, lenços, camisolas aos quadrados, muitas pulseiras e piercings. Gostam de conjugar estilos e usar cores fortes como o rosa, o amarelo, o florescente usando igualmente muito a cor preto. A roupa tem de ser cómoda e sempre original, e o calçado varia entre as marcas Converse, Vans, e Nike Old Cut ou Nike Dunk. O cabelo é impecavelmente cortado de forma assimétrica, pintado milimetricamente, e penteado até ficar perfeito e liso.